O Elefante Indiano
À primeira vista, oq ue mais chama atenção no elefante indiano (Elephas macimus) é o tamanho reduzido da orelha, em comparação com o africano. Aparentemente por viver em florestas, onde a temperatura é mais baixa, não precisa de uma área grande para dispensar o calor e ajudar na ventilação do corpo. A orelha dos elefantes é altamente vascularizada, isto é, cheia de vasos sangüineos pelos quais o calor se dissipa, ajudando a manter constante a temperatura do corpo.
As fêmeas indianas não têm presas. Nos machos, as presas são grandes e retas. Os elefantes indianos medem de 2,5 a 3m de altura e chegam a pesar 5 toneladas. São menores, portanto, que os africanos, e têm o perfil da testa ligeiramente diferenciado por uma protuberância.
Espalham-se por uma área que vai da Índia, propriamente, até a China meridional e à península de Málaca. Também se encontram em Sumatra, em Borneo e em Sri Lanka (o antigo Ceilão). Calcula-se que existem entre 20 e 25 mil elefantes asiáticos no mundo, boa parte deles constituída pela subespécie Elephas maximus bengalensis, mais comum dentro da Índia e territórios próximos.
Outra espécie importante é o E. maximus maximus, que habita Sri Lanka e cujos machos são geralmente desprovidos de presas, como as fêmeas. São cerca de 2.500 elefantes, que povoam principalmente os parques protegidos de Ruhuna, Yala, Gal Goya e Wilpattu.
As outras duas subespécies de indianos são o E. maximus hirsutus e o E. maximus sumatranus. Esta última corre risco de extinção: calcula-se que haja apenas 600 deles na península de Málaca e Sumatra, nos parques Taman Negara e do monte Leuser, e na Tailândia.
O elefante indiano é mais facilmente domesticável do que o africano. Seu uso como animal de trabalho pelos nativos - como se faz com o cavalo em outras partes do mundo - é muito antigo. Tanto que existe, na Ásia, um sistema tradicional, embora trabalhoso, para caçar elefantes vivos destinados à domesticação.
O processo, chamado Khedda, consiste em uma armadilha enorme, cuja preparação ocupa perto de 2 mil pessoas durante dois meses. Gente por todo lado, preparando um "recinto de captura", uma escavação com cerca de 200 metros de comprimento.
Os elefantes selvagens são forçados lenta e discretamente a tomar a direção da armadilha. Depois de fechados lá dentro, os nativos deixam sair uma parte damanada. Os poucos que ficam serão treinados com certa facilidade (graças à ajuda de elefantes veteranos) para o trabalho da aldeia.
Uma característica curiosa do comportamento dos elefantes indianos é o chamado período de must. O must se define quando glândulas temporais de que o animal é dotado ficam ativas e segregam um líquido de cheiro acre e penetrante, que escorre ao longo das faces de alguns membros, exclusivamente machos, da manada.
Nesses períodos - que não são fixos nem aparentemente provocados por mudanças do clima -, o macho é mais ativo e agressivo, bate a cabeça nas árvores, controla a água da manada e se faz respeitar. Mas não fica mais disposto para o acasalamento, e as fêmeas geralmente procuram evitar o macho que se encontra em must. Esse estado pode durar de um dia até um mês.