O Ritual do Amor
Os machos gostam de lutar, mas não necessariamente em disputas pelas fêmeas da manada; os machos de fora estão automaticamente excluÃdos. Geralmente, a fêmea é que se interessa pelo macho e o escolhe comomparceiro. Assim, eles iniciam um namoro que dura até a época do cio, quando consumam o acasalamento.
E se trata, de fato, de um namoro. É a fêmea que, geralmente, toma a iniciativa: aproxima-se do macho escolhido e começa a fletar com ele, tornando clara a sua preferência. O macho se separa dos outros elefantes, seguido pela namorada. Uma vez longe da manada, os dois se juntam, anlaçando mutuamente as trombas e se beijando. Depois, o macho oferece um punhado de capim a sua Dulcinéia. Aceita a oferenda, os dois se retiram para a privacidade de uma touceira.
São ternos e dedicados, ao menos enquanto dura a lua-de-mel, cerca de dez meses. Depois que a fêmea é fecundada, seu interesse pelo companheiro diminui e ela acaba encontrando uma fêmea mais velha, que se torna sua protetora durante a gestação (20 a 21 meses no indiano, 22 a 24 meses no africano) e auxilia durante o trabalho de parto.
Ao nascer, o filhote pesa em torno de 90 quilos, tem mais ou menos 90 centÃmetros de altura e começa a andar em poucos minutos. Mama com a boca, não com a tromba, e fica ligado à mãe durante muito tempo. Os machos geralmente abandonam a mãe quando ela tem um novo filhote. E, como há um perÃodo médio de 26 a 28 meses até um outro acasalamento (mais o novo tempo de gestação), os filhotes machos têm pouco mais de quatro anos de idade ao se desligarem; as fêmeas continuam com a mãe até a idade fértil, entre 10 e 11 anos.
Enquanto são filhotes, são tratados e educados como qualquer criança humana. No Parque Rainha Elizabeth, em Uganda, houve uma vez em que quatro elefantes e cinco filhotes passeavam junto ao casal Kasinga, quando um dos elefantinhos se separou do grupo e começou a andar em direção à margem do canal.
Uma das fêmeas, certamente a mãe, gritou como se quisesse adverti-lo, mas ele nem ligou: continuou andando na margem, como um menino teimoso. E soltou um guincho de pavor quando, inevitavelmente, caiu na água.
As fêmeas correram, estendendo as trombas, o que não funcionou, porque o filhote estava apavorado. Assim, duas elefantas ajoelharam-se na margem enquanto as outras duas entravam na água para agarrar o pequeno com suas presas. Quando ficou ao alcance das trombas das duas fêmeas, foi arrastado para lugar seguro.
Então, uma das fêmeas - a mãe - puxou o elefantinho para perto dela, grunhiu para acalmá-lo e, com a tromba, fez um exame completo no corpo do filho. Ele choramingava e esguichava água. Assim que a mãe constatou que nada de mal havia acontecido, deu-lhe uma boa palmada no traseiro e, berrando, mandou-o para longe da água. Uma verdadeira mãe em ação.